Por quatro dias, o major-general Ali Shadmani foi o homem mais poderoso das Forças Armadas do Irão.
Liderava o quartel-general central Khatam-al Anbiya — conhecido como o comando de emergência militar do regime — desde que o seu antecessor, o também major-general Gholam Ali Rashid, fora morto na primeira vaga de ataques israelitas, na sexta-feira.
Agora, é Shadmani quem desaparece do tabuleiro. Israel diz tê-lo eliminado num novo ataque aéreo, repetindo o golpe que desferiu contra Rashid.
A operação é descrita pelas Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla inglesa) como “cirúrgica” e “altamente simbólica”.
Segundo os militares israelitas, Shadmani era o comandante de facto de todo o aparato militar iraniano: “chefe do Estado-Maior da guerra” e braço-direito militar do líder supremo, Ali Khamenei.
“Comandava simultaneamente os Guardas da Revolução e as Forças Armadas regulares do Irão”, sublinha o comunicado da IDF, que acrescenta: “Estava à frente do comando responsável por gerir operações de combate e aprovar planos ofensivos do Irão”.
A folha de serviço de Shadmani, agora morto, inclui o cargo de vice-comandante do mesmo quartel-general Khatam-al Anbiya e funções de topo na chefia operacional das forças armadas.
A sua morte, afirma Israel, teve como motivação direta o papel ativo que desempenhou na definição de ataques contra o Estado hebraico.
A lógica da sucessão interrompida — matar quem lidera e quem o sucede — faz lembrar a estratégia aplicada ao Hezbollah.
Em declarações anteriores, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu evocou essa mesma doutrina, apontando que, depois da morte de Hassan Nasrallah, Israel visou também os nomes seguintes na hierarquia.
“Eliminámos milhares de terroristas, incluindo Nasrallah, o seu substituto e o substituto do substituto”, disse então. (CNN). Clique para continuar...