O analista político moçambicano Dércio Alfazema utilizou recentemente as suas redes sociais para criticar a lentidão e aparente ineficácia da justiça em Moçambique, comparando o caso do político moçambicano Venâncio Mondlane ao do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
Alfazema destacou que, apesar de a Procuradoria-Geral da República (PGR) ter acusado publicamente Mondlane por supostos crimes de terrorismo — uma acusação de extrema gravidade —, o político permanece em liberdade.
Continua activo nas redes sociais, realiza viagens frequentes, muitas delas em classe executiva, e não está sujeito a qualquer medida restritiva imposta pelo sistema judicial moçambicano.
No seu comentário, o analista traça um paralelo com a atuação do Supremo Tribunal Federal do Brasil, que impôs uma série de restrições rigorosas a Bolsonaro.
Entre as medidas estão a prisão domiciliária, a proibição de sair de casa, de utilizar o telemóvel, de receber visitas sem autorização judicial e de publicar conteúdos nas redes sociais.
Alfazema sublinha que, mesmo num caso onde não houve vítimas mortais nem destruição de património público, a justiça brasileira atuou com celeridade e firmeza.
Num tom crítico e direto, Alfazema conclui: “Em Moçambique, a justiça é lenta demais; acusados de crimes de terrorismo tomam café, colectam dinheiro das pessoas, viajam na classe executiva e fazem lives quando e como querem.”
A publicação tem gerado debate nas redes sociais sobre o papel das instituições de justiça em Moçambique e a necessidade de maior transparência, coerência e eficácia nos processos judiciais.