reafirmei a urgência de uma reforma legislativa em Moçambique, especialmente no modelo de eleição dos deputados.
O sistema actual, com listas fechadas, concentra poder nos diretórios partidários e exclui muitos cidadãos competentes que não fazem parte dos partidos, além disso, os deputados maioritariamente ficam a serviço do partido e não em representatividade do povo
Por isso, defendo a ideia da existência de um modelo misto, no qual parte dos deputados seria eleita por círculos uninominais em que o povo vota directamente em indivíduos que melhor possam os representar, e não apenas em listas partidárias aprovadas em ciclos fechados. Isso fortalece a responsabilidade e aproxima o Parlamento do povo.
Essa mudança permitiria uma maior responsabilização dos eleitos, fortaleceria o vínculo entre o representante e o representado e reduziria o domínio oligárquico dos partidos políticos com assentos no parlamento.
Não precisamos dar asas a imaginação porque é nítido que Moçambique precisa abrir espaço para que vozes livres, fora das lógicas partidárias, possam entrar no Parlamento e representar o interesse público sem amarras ideológicas ou compromissos com chefias políticas.
Além disso, destaquei a fragilidade das instituições de fiscalização, que sofrem com falta de autonomia e recursos, permitindo que a corrupção continue a prosperar constantemente.
Mas o combate à corrupção depende, antes de tudo, da postura do líder. Um dirigente deve ser íntegro e corajoso porque existem quadrilhas que controlam quadrilhas em todas as áreas do sector público.
A integridade não é luxo, é um imperativo nacional, é um preço que ninguém deste governo está disposto a pagar.
É importante ressaltar que todos nós, cidadãos, devemos ser agentes anticorrupção.
A educação cívica e a tecnologia são ferramentas poderosas para fiscalizar melhor o uso dos recursos públicos.
Só com reformas legislativas adequadas, lideranças comprometidas e uma cidadania activa poderemos construir um Moçambique minimamente justo transparente, digno e que pertença aos Moçambicanos. Clique para continuar...